Mar à Pedra

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segunda-feira, 10 de junho de 2013

Para que servem as palavras?




Se em tempos a Língua Portuguesa era demasiado complexa, para muitos, levando a que, alguns equívocos semânticos se tornassem comuns, atualmente, com os níveis de literacia vigentes, deveria esta Língua ser mais compreensível e melhor aplicada.
É com alguma recorrência que se evidencia a regular repetição de ideias. O mais comum é a utilização de advérbios de modo como instrumento de pausas verbais, felizmente menos verificáveis em contexto escrito. Assim, palavras terminadas em "mente" como: realmente, consequentemente, evidentemente, etc, são utilizadas como pausas contextuais, que quase só servem para impedir pausas desconfortáveis e contextualizar ideias dispersas. Por vezes, têm só a simples função de equivocar o recetor, com o objetivo de ofuscar a ideia de que o comunicador não tem a ideia profunda do tema que aborda. O que, convenhamos, seria desconfortável e até, em alguns casos, embaraçoso.
As relações entre os seres humanos ou entre o ser humano e o mundo são bastante complexas. Para dar conta da complexidade das ideias e das relações, a linguagem necessita de mecanismos próprios. Por exemplo: como indicar que uma ideia se opõe a outra? Como indicar que um facto é a causa ou a consequência de outro?
     As conjunções cumprem esse papel, estabelecendo nexos lógicos entre as orações. Elas são, portanto, um dos elementos essenciais para que um texto seja coerente e coeso.
Ainda assim, e reconhecendo a importância de palavras como as conjunções, é recorrente evidenciar a utilização indevida de palavras como: portanto, mas também, como também, por conseguinte, além de (disso, disto, aquilo), quanto, mas, etc. Estas são tantas vezes utilizadas apenas com a singela função de embelezar um discurso, por vezes de tal forma incoerente e indescortinável, que conseguem dissimular uma total incapacidade de expressar uma ou várias ideias. 
Outra técnica, ainda mais complexa, é a utilização de advérbios de modo. Enfim, mais apêndices que fortalecem o contexto discursivo, mas que em nada auxiliam à desconstrução da mensagem produzida. É muito frequente a combinação de advérbios com formas verbais, principalmente conjugadas no tempo verbal reconhecido como Imperativo ou até no Presente do Conjuntivo. Exemplos frequentes desta metodologia são casos como: Digamos assim…” (em que se conjuga o Imperativo com um advérbio de modo, implicitando uma ordenação subliminar) ou “Possamos pois…” (neste caso utiliza-se o mesmo tempo verbal, mas desta feita, conjugado com um advérbio de modo). Já agora é importante referir que, por vezes, alguns comunicadores, menos dominadores da Língua Materna, têm o comum erro de pronunciar a primeira pessoa do plural do Imperativo de forma a que esta indicie acentuação esdrúxula. Este lapso não passa de um erro, comummente, cometido por indivíduos que conhecem pouco as regras básicas da Língua Portuguesa e que é evidente em quem escreve e lê muito pouco. É grave! E a sílaba tónica também o é.
De facto, ainda há poucos anos, este seria um erro inconcebível, principal nas gerações nascidas antes do último quartel do século XX. Infelizmente, as recentes gerações, apesar de dominarem muito mais instrumentos comunicacionais, não desenvolveram na sua plenitude um sentido do porquê das coisas. É o mesmo que jogar futebol, mas sem regras padrão. Pode parecer um jogo de futebol, mas para conhecedores do processo tático é fácil identificar o caos. 
Já que estou abordando a questão do caos, aproveito para referir que, na vertente linguística, as lacunas ortográficas e fonéticas são  outras falhas muito frequentes. Nestes casos, se na componente verbal oral não é evidente quaisquer erros de pronúncia, já na componente escrita é recorrente verificar que a aplicação da contração da preposição “a” com o artigo definido “a” (a + a = à) é realizada de forma imperfeita. Isto porque é usual que esta palavra seja acentuada com o acento agudo em vez do grave. Se este procedimento é grave? No meu tempo era, as reguadas eram certas, mas agora que se pretende simplificar a Língua a pontos de incrível ligeireza, já nada me espanta.

Entretanto, antes de escrever pensem bem nas regras básicas de escrita e gramaticais.
Na componente oral é mais difícil, mas dou um simples conselho: 

Falem mais  ...........













Perceberam?



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